“Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos
para que os produtos e as riquezas da região pudessem ser escoados pela BR-364,
que teve o objetivo ainda
de incentivar o povoamento da região”.
Em 1944, uma comissão chefiada pelo engenheiro Yêdo Laza organizou um plano rodoviário e incluiu nele uma ligação rodoviária entre o Acre e as regiões do Centro Sul do País. Tal ligação recebeu o nome de “rodovia acreana” e a designação de BR-029, cruzando as cidades de Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, até a fronteira com o Peru, fazendo a conexão com a rodovia Pan-Americana.
No dia 13 de janeiro de 1945, o então governador do Território do Guaporé, Aluízio Ferreira, criou a 2ª Companhia Independente, que tinha a missão de construir a rodovia no rastro da linha telegráfica de Rondon que ligaria Porto Velho à Vilhena.
A construção de uma estrada ligando Mato Grosso à Rondônia era necessária para o povoamento e colonização da área. Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos para que os tesouros da região pudessem ser escoados, permitindo o acesso mais rápido aos portos do Pacífico.
Sob o comando do capitão engenheiro Ênio Pinheiro, chegou em 09 de julho do mesmo ano o primeiro grupo de homens para construir a estrada. Dois anos mais tarde, a companhia dava por encerrada as atividades, com apenas 55 quilômetros explorados e o desaparecimento de um de seus homens mais ilustres, o tenente Fernando Gomes de Oliveira.
A BR-029 foi obra do governo de Juscelino Kubitschek, num grande esforço para tirar a Amazônia do isolamento. “Demonstrou o Sr. Kubitschek perfeita compreensão do problema da falta de ligação da mais rica região do País com o resto do território nacional” – disse na época o governador Paulo Leal.
Foram grandes as dificuldades encontradas pelas firmas empreiteiras contratadas. Durante muito tempo a estrada era apenas um “rasgão” mal acabado nas selvas de Rondônia. Verdadeiras trilhas de lama e pinguelas, onde só os pioneiros se atreviam passar. O percurso de Vilhena à Porto Velho chegava a ser feito em 12 dias, como relata o escritor Amizael Gomes da Silva em “No Rastro dos Pioneiros”.
O recomeço
Durante uma reunião de governadores com o Presidente da
República, nos primeiros dias de fevereiro de 1960, o então governador do
Território, Paulo Leal, demonstrou a necessidade de reiniciar a construção da
BR-029. Juscelino Kubitschek, empolgado com uma série de recortes de jornais e
mapas levados pelo governador, ordenou ao DNER – Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem – a imediata execução dos trabalhos. A meta era inaugurar a
rodovia no final do mesmo ano.
No dia 04 de janeiro já haviam sido distribuídos os trechos
pelas companhias: Nacional, Viatécnica, Sérgio Marques de Souza, Cib., CC.,
Camargo Corrêia, Triângulo Mineiro e CC. BE., até o local denominado Alto
Paraguai, no estado do Mato Grosso, onde estava assentada uma companhia do
Exército.
O presidente Kubistcheck tinha por norma avançar no tempo,
já que seu mandato estava chegando ao fim, por isso ao encontrar o primeiro
obstáculo no transporte das máquinas entre o Rio de Janeiro e Porto Velho,
mandou descarregar o navio Rio Tubarão, que estava designado para viagem ao
Oriente Médio, e ordenou que nele fossem transportadas as máquinas das
companhias empreiteiras.
No dia 03 de janeiro de 1961, chegava à Porto Velho a
primeira leva de construtores da BR-29 para realizar em 9 meses e 14 dias a
desmatação, terraplanagem, permitindo em época de verão realizar em 30 horas
uma viagem de Cuiabá à Porto Velho.
A pavimentação
Quando Rondônia alcançou sua autonomia, transformando-se em
Estado, apenas o trecho Ariquemes/Porto Velho, com 192 quilômetros ,
era asfaltado. Destes, 48 ainda em barro, onde estava a reserva para a represa
de Samuel. Os trabalhos ali foram executados pelo 5º BEC, mas toda a rodovia já
estava sofrendo reparos.
Ao chegar à Porto Velho par tomar posse como governador do
Território, Jorge Teixeira de Oliveira estabeleceu metas de trabalho, entre
elas a pavimentação da BR-364. Como nenhum outro governador havia conseguido
atingir o objetivo, imediatamente os opositores fizeram correr uma onda de
boatos para que Teixeira caísse em descrédito.
Jorge Teixeira não se deixou abater pelas críticas da
oposição. Depois de várias viagens e contatos com autoridades ligadas ao
Território, conseguiu que fossem assinados, pelo ministro Eliseu Resende, na
presença do então presidente João Baptista Figueiredo, 19 contratos para a
pavimentação da BR-364, rodovia Cuiabá-Porto Velho, no trecho que vai de
Cáceres, no Mato Grosso, a Ariquemes, numa extensão de 1.040 quilômetros .
De importância decisiva não só para o abastecimento de Porto Velho
e do Território, mas também para o surto de desenvolvimento da agricultura e da
criação de gado, foi a abertura da BR-364, que ocasionou um grande movimento
migratório com destino à região.
Na década de 70 do século XX, em decorrência do alto tráfego (migração e tranporte de madeiras), as condições da R-364 eram deploráveis.
Na década de 70 do século XX, em decorrência do alto tráfego (migração e tranporte de madeiras), as condições da R-364 eram deploráveis.
Por incumbência do governo militar, em 1966 o 5º batalhão de
engenharia e construção assumiu as obras de manutenção e conclusão da rodovia.
Ao 5º BR-364 e deve-se também a construção do trecho da BR 425,
ligando Porto Velho a Guajará-Mirim , que veio substituir a EFMM, desativada em
1972.
A facilidade de transporte, a terra fértil e abundante e os
incentivos do governo federal atraíram um contingente humano inimaginável nas
décadas de 1970 e 1980.
A cidade de Porto velho por exemplo, aumentou em quase cinco vezes sua população entre 1981 e 1990.
A cidade de Porto velho por exemplo, aumentou em quase cinco vezes sua população entre 1981 e 1990.
(Apostila Profª Sônia Arruda)
Atividades no Caderno
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1. QUAL O OBJETIVO DA CONSTRUÇÃO DA BR-364? 2. Qual o presidente da República que incluiu em seu plano de metas a abertura de estradas?
3. Que estrada foi aberta em nosso território no governo
desse presidente?
4. Qual o objetivo de Juscelino Kubitschek com seu plano
de abertura de estradas?
5. Qual a importância da abertura da BR-364 em nosso território?
6. Quem era Governador de RO. quando foi realizado a pavimentação da BR - 364?
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2 comentários:
Ola, boa tarde sou Katia estudante de Geografia moro em Mato Grosso e preciso de Material em relação a BR 364 para que eu possa desenvolver um projeto, percebi que vc tem muitas informações, caso puder me ajudar ficarei grata, preciso que qualquer informação relaciona a BR 364 como: o porque de sua construção, em que época, data, enfim. Se puder me ajudar ficarei grata. o meu e-mail é katiapaulacorreia@gmail.com
achei maravilhoso esse documentário sobre o desbravamento de Rondônia , se os homens do passado não tivessem uma visão de futuro ainda estávamos no mato , mas Deus sempre usa homens corajosos !
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