quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

MARECHAL RONDON - O desbravador do Sertão

“Do Mato Grosso ao Amazonas, Rondon instalou 2.232 quilômetros
de linhas telegráficas”.


O ano era 1907. O oficial do corpo de engenharia militar, Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon acabara de ser encarregado pelo Governo Federal para implantação da linha telegráfica entre os Estados do Mato Grosso e Amazonas. Os pontos extremos eram as cidades de Cuiabá e Santo Antônio do Rio Madeira, a sete quilômetros da atual capital, Porto Velho. Para cumprir melhor a missão, Rondon, ainda tenente-coronel do Exército, dividiu os trabalhos em três etapas e as denominou “expedições”.

A primeira expedição começou em 02 de setembro de 1907 e o ponto de partida foi Diamantino, no Mato Grosso. Demorou apenas 74 quilômetros para Rondon e seus homens encontrarem o que seria o maior desafio da missão: os índios. O militar usou métodos humanitários na pacificação e fazia toda a tropa expedicionária ser subordinada ao lema: “morrer se preciso for, matar nunca”. Na primeira parte dos trabalhos de instalação da linha telegráfica Cândido Mariano da Silva Rondon abriu 1.781 quilômetros de picadas.

A segunda expedição ocorreu de 29 de julho a 03 de novembro de 1908. Esta seria mais arriscada que a primeira. Toda a tropa teria que enfrentar os ferozes índios Nhambiquaras. Muitos homens amedrontados e acovardados abandonaram a comitiva e foram denominados por Rondon como “soldados de espírito fraco”. Mais uma vez o método de pacificação surtiu efeito com os “selvagens”. Entre as localidades de Juruema e a Serra do Norte, ambas no Mato Grosso, a expedição ergueu 1.653 km de linha telegráfica.

A mais famosa das expedições, a terceira, aconteceu em 1909. Nesta Rondon avançou todo o sertão do atual Estado de Rondônia. A travessia durou 237 dias. As dificuldades aumentaram na última etapa da missão. Índios fizeram emboscadas e mataram um dos soldados. Em função do perigo, os expedicionários se detiveram 51 dias e buscaram localizar as cabeceiras que davam para os rios Guaporé, Madeira e Tapajós.

No dia 09 de outubro, os expedicionários descobriram um rio de 50 metros de largura. Rondon o batizou com o nome de Pimenta Bueno, uma homenagem aos serviços de um amigo geógrafo. O tenente-coronel chefiava uma tropa de 28 homens que passavam grandes dificuldades com a falta de alimentos. Mas no dia 25 de dezembro a expedição chegava, finalmente, ao objetivo, Santo Antônio do Rio Madeira, com 2.232 km de linha levantada. Entusiasmado Mariano Cândido da Silva Rondon discursa:

Assim findou a nossa peregrinação de 8 meses, através dos sertões do nordeste mato-grossense, a exploração realizada sob os auspícios do santo amor à Pátria. Não fôramos mantidos por este sublime sentimento, não teríamos energia moral suficiente para suportar tão grandes choques e das privações de toda a sorte que nos atormentaram a travessia”.

O último poste de linha telegráfica foi implantado somente em 1915, ano em que foi esticada a última roldana de fio. Outras expedições foram feitas até os rios Jamary, Anary e Machadinho, rio das Dúvidas, Ji-paraná ou Machado e Jacy Paraná.

Homenagem recusada

Na tarde do dia 13 de setembro de 1943, era assinado no Palácio do Catete, o decreto-lei 5.812 de criação do Território que seria implantado com áreas desmembradas dos Estados de Mato Grosso e Amazonas. Houve corrida pelo nome do Território, até que por sugestão do ministro de Viação e Obras Públicas, Mendonça Lima, veio a ideia do nome Rondônia, em homenagem ao general Cândido Rondon. Ao ter conhecimento da indicação, Rondon, segundo os historiadores, recusou a homenagem.

Diante da negativa, outros nomes foram sugeridos: Minas Novas, Urucumacuan, Madeira e, finalmente Guaporé. Mais tarde o nome Rondônia prevaleceu, pela Lei 2.731 de 17 de fevereiro de 1956, por projeto de um deputado amazonense.

Embora tenha tratado com crueldade os subordinados, negado prestação de contas da linha telegráfica e recusado a homenagem do nome Rondônia, não se pode negar que Cândido Mariano da Silva Rondon foi um dos maiores pioneiros deste Estado e grande personalidade do início do século.

Nascido em 05 de maio de 1855, ele ascendeu, ainda jovem, aos maiores postos de hierarquia militar por reais méritos. Foi escolhido “Patrono das Comunicações”, recebeu o título “Civilizador  dos Sertões” e, em 1953, foi lançado candidato ao Prêmio Nobel da Paz.


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Imagem - http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ndido_Rondon




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