sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O 2º Ciclo da Borracha

1942 -1945  - 2ª Guerra Mundial

O Brasil perdeu sua supremacia como produtora de borracha para as colônias inglesas na Ásia, terminando assim o primeiro Ciclo da Borracha. 

Em 1942, durante a 2ª Guerra Mundial, inicia o segundo Ciclo da Borracha. 

        Os Estados Unidos impossibilitados de alcançar os seringais asiáticos, redescobrem a Amazônia. 
     Eles necessitavam desse produto para a produção dos pneus utilizados nos veículos na frente de combate. 
        Brasileiros, principalmente, os do Nordeste, são atraídos para lutar na “Guerra Verde”, na Amazônia. 
    O inimigo armado não existia, na verdade a luta era contra as doenças tropicais e os maus tratos do governo.

O Brasil volta a posição de maior produtor de borracha do mundo, com a assinatura do tratado de Washington (1941), firmado entre o Brasil e Estados Unidos, durante o Governo de Getúlio Vargas. 

Este fato proporcionou o retorno populacional e um grande impulso econômico, esse pedaço da Amazônia voltava a despertar interesses internacionais.
     

     O presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt e o presidente do Brasil Getúlio Dorneles Vargas, assinaram os Acordos de Washington ( 1942), pelo qual o Brasil comprometia-se a reativar os seringais amazônicos, através de uma operação conjunta com os EUA. 

        O Brasil entrou com os seringais, mão-de-obra e 58% de capital para a criação do Banco de Crédito da Borracha. 
        Os EUA entraram com 42% de capital para o Banco de Crédito da Borracha e, forneciam meios para a produção, transporte e escoamento.

      Inicialmente, os norte-americanos investiram 5 milhões de dólares para serem aplicados pelo Instituto Agronômico do Norte, nas pesquisas científicas para a melhoria e fomento da produção e mais 5 milhões de dólares para o saneamento a ser feito pela Fundação Rockfeller.

     Esses acordos proporcionaram à região, a montagem de um esquema logístico institucional do qual participou ativamente o governo brasileiro com o apoio norte-americano, abrindo-se muitas frentes operacionais e estratégicas na área.




Os objetivos no entanto, de um e de outro governo, eram em certo ponto conflitante, os norte-americanos tinham seus interesses marcado pela urgência e pelo prazo curto, enquanto o governo brasileiro tinha o interesse voltado para o permanente e o duradouro desejo de manter na Amazônia uma política de desenvolvimento.


























Com o apoio financeiro dos EUA, o governo brasileiro montou uma infra-estrutura que possibilitou aos seringais uma expressiva produção. A infra-estrutura criada foi a seguinte:

SEMTA ( Serviço de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia) e 

CAETA ( Comissão Administrativa de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia) 
com o objetivo de recrutar, encaminhar e colocar trabalhadores, principalmente nordestinos, nos seringais, sob a supervisão do Departamento Nacional de Imigração.

SAVA ( Superintendência de Abastecimento da Vale Amazônico) que fazia o abastecimento direto dos seringais com gêneros de primeira necessidade.

RRC ( Rubber Reserve Company) que passou a posteriormente a denominar-se RDC ( Rubber Devenlopment Company) encarregada de transporte de passageiros e de suprimentos através da SAVA.

SESP ( Serviço Especial de Saúde Pública): foi criado para promover o melhoramento urbano, o combate a Malária e o saneamento



Banco da Borracha-1942 : Que realizava operações de crédito, fomento à produção e financiamento aos seringalistas. O Banco exercia o monopólio da compra e venda da borracha.

Criação de Territórios : Território do Guaporé ( hoje Rondônia), Rio Branco ( hoje Roraima) e Amapá, em 1943, iniciando-se assim o processo de reorganização do espaço político amazônico.


O movimento migratório da Batalha da Borracha, que se desenvolveu no decorrer dos anos de 1941 e início de 1943, adquiriu um novo colorido com a chegada a partir de 1943 e durante os anos de 1944/1945, de novos contingentes humanos, os nordestinos que ficaram sendo conhecidos como soldados da borracha.


A diferença entre essas duas correntes de migrantes era flagrante, enquanto a primeira se constituía na sua maioria de cearenses que se deslocavam do interior. A partir de 1943 até 1945, provinha dos centros urbanos, geralmente composta de homens solteiros ou desgarrados de sua parentela, muito deles desempregados ou sem profissão definida, vinham para a Amazônia pelo simples sabor da aventura e para fugir à convocação para a FEB ( Força Expedicionária Brasileira) que lutava na Itália.

Com o término da Guerra em 1945, foram liberadas as plantações de borracha da região asiática, cessando o interesse norte-americano pela borracha produzida na Amazônia, que passou a acumular em estoques crescentes, já que o mercado interno não tinha capacidade de absorver toda a produção.

 A tentativa de produzir borracha ainda permaneceu até os idos de 1960. A partir desta data, paulatinamente a produção de borracha cai, ocasionando o fim desse ciclo.



2º Ciclo da Borracha- Nº de Migrantes Nordestinos

Ano
Homens
Mulheres
Total
1941
13.910
8.267
22.177
1942
17.928
9.023
26.951
1943
24.399
9.419
33.818
1944
27.139
10.287
37.426
1945
21.807
9.959
31.766
Total
105.183
46.955
152.138

Fonte: Benchimol, Samuel.Amazônia: um pouco antes-além depois.

**1858: Entrada de nordestinos para os seringais do rio madeira e Purus: 5000 pessoas.







Atividade avaliativa  - aqui


1. O segundo ciclo da borracha se deu em decorrência de que?

2. QUAIS ERAM OS OBJETIVOS DE UM E DO OUTRO NO ACORDO FEITO?

3. COMO FICARAM CONHECIDOS OS NORDESTINOS QUE VIERAM PARA RETIRADA DA BORRACHA?

4. EM QUE ANO MAIS VIERAM Migrantes Nordestinos PARA O 2º Ciclo da Borracha?







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2 comentários:

Tânia Olinda disse...

Quero parabenizar aos mentores do Blog!
É excelente! Gostaria de sugerir que disponibilizassem no blog uma biblioteca vitual para compra de livros relativo a Rondônia. Pois tenho muita dificuldade em encontrar livros principalmente quanto a história e geografia de Rondônia ou pelo menos algo parecido, preciso comprar alguns livros.
Grata!

Sonia Essabba disse...

Meu avo Jacob Essabba foi um dos Pioneiros da Borracha em Rondonia com negocios em Manaus e residencia tambem no Rio de Janeiro.Nao mencionam o nome dele muito menos O Seringal dele localizado em Santo Antonio do Rio Madeira.Samuel Benchimol menciona num dos livros dele.Se tiver alguma informacao meu email:essabbalivros@comcast.net WhatsApp : 954-7026666 Código de area 94 fic assim 55- 94-702.6666 Miami-USA. Sonia Essabba

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