No século XVI e XVII, a Amazônia tornou-se alvo da cobiça mercantilista em busca de riquezas minerais, vegetais e consolidação de lucro imediato aos castelhanos e portugueses. Após a assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1494, os castelhanos trataram de explorar a região que foi herdada na Amazônia brasileira, desejando quase que exclusivamente metais preciosos.
Entre dezembro de 1499 e janeiro de 1500, Vicente Yañez Pinzon, navegou pela foz do rio amazonas, batizando o lugar de Santa Maria do Mar Dulce, sem estabelecer posse efetiva na região.
Iniciada em dezembro de 1541 e concluída em setembro de 1542, a expedição comandada por Francisco Orellana foi a primeira a navegar quase todo o rio amazonas, numa viagem marcada por lances dramáticos de fome e luta indígenas. Esses acontecimentos foram narrados por Frei Gaspar de carvajal, que serviu como testemunho ocular dos eventos, sendo um dos sobreviventes da Expedição.
A expedição avançou pelo rio Coca e depois o rio Napo e, por este, alcançou o rio Maranõn. Sem condições de retorno devido às debilidades físicas ou talvez pela própria soberba de Orellana, esta expedição torna-se autônoma e avança pelo Marañon, com intuito de atingir sua foz. No percurso, os expedicionários entraram em contato e conseguiram alimento com muitas sociedades indígenas, que na sua maioria receberam os espanhóis com armas nas mãos.
Foi num dos contatos belicosos que os expedicionários tiveram a impressão de lutarem com as lendárias Guerreiras Amazonas. A presença de algumas mulheres na batalha impressionou-os tanto que batizaram, pela segunda vez, o rio Marañon, que já havia sido nomeado de rio de Orellana, mudando seu nome, dessa vez. para rio das Amazonas.
Alguns encontros foram amistosos, como por ex, com os índios das províncias de Apária Menor e de Apária Maior. Nesses territórios, o conhecimento rudimentar da língua nativa, por parte de Orellana, facilitou um mínimo de comunicação, com que os espanhóis conseguiram alimentos sem precisar de luta. Outros ainda foram amistosos pelo caráter pacífico dos índios, a tal ponto que receberam dos espanhóis o nome de Bobos.
Ao longo do rio-mar, os espanhóis observaram a natureza da região, descrevendo-a, muitas vezes a partir de nomes familiares aos europeus: denominaram certas aves como sendo perdizes, galinhas de castala, perus; os felinos foram chmados de tigres e leões; o arroz aquático foi denominado como aveia. Por não terem familiaridade com as línguas indígenas e por causa do contato superficial com os nativos, os espanhóis não teriam condição de registrar os nomes que os índios davam a esses elementos do mundo atual.
Foram praticamente n0ve meses de viagem pelo grande rio, ocorreram algumas longas estadas superiores a um mês, como entre os índios Apária Menor e Apária Maior. Outras paradas foram curtas, de apenas alguns dias, uma vez que as aldeias sendo pilhados, os espanhóis chamavam sobre si a fúria dos índios que queriam recuperar sua habitação. A expedição saiu no oceano Atlântico em setembro de 1542, desfalcada de 11 membros, mortos de enfermidades ou nas lutas durante o longo trajeto, ela prosseguiu até a ilha de Cubágua e, depois até a ilha de Espanhola. Desta localidade, Francisco de Orellana viajou para a Espanha, relatando a aventura que comandou ao imperador Carlos V. Como recompensa foi nomeado em 1543, Adelantado (governador) das terras que descobriu e as quais batizaram de Nueva Andaluzia.
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